Parábola do Filho Pródigo
Parábola da Ovelha Perdida,  da Dracma Perdida e a Parábola do Filho Pródigo.  Lucas 15:1-32.

Introdução
Esse é o capítulo da ovelha desgarrada, da dracma perdida e do filho que se foi. Mas também esse é o capítulo da ovelha recuperada, da dracma encontrada e do filho que voltou. Mais ainda, esse é o capítulo onde o pastor busca a ovelha, a mulher procura diligentemente sua moeda de prata e onde o pai espera pacientemente o retorno do filho. Fala sobre as ações do Filho pródigo em sua reivindicação, conduta e retorno; sobre o perdão e generosidade demonstrados pelo Pai, e até o ressentimento no caráter do irmão mais velho. De todas as parábolas de Jesus, é a mais ricamente detalhada, poderosamente dramática e intensamente pessoal. É cheia de emoção, passando da tristeza ao triunfo, depois de uma sensação de choque e, por fim, nos mostra o extraordinário amor de Deus pelos perdidos e também nos deixa um grande alerta, a parábola termina com o filho mais velho do lado de fora da casa do pai, sem entrar na casa para se alegrar com seu irmão que voltou.


O que significa “filho pródigo”?

A palavra “pródigo” originalmente transmite um sentido de “extravagância descuidada”. Na aplicação original, o pródigo é aquele que age de uma forma extravagante, além dos limites. É por isto que em nosso idioma o significado de pródigo pode ser tanto “esbanjador” e “gastador” como “generoso”, “magnânimo” e “abundante ao distribuir”.

Contexto da Parábola do Filho Pródigo.
Quando Jesus contou a Parábola do Filho Pródigo ele estava cercado por publicanos e pecadores que se reuniram para ouvi-lo. Os publicanos eram os cobradores de impostos; judeus que estavam a serviço do Império Romano. Eram vistos pelo povo como traidores que extorquiam os próprios irmãos. Os pecadores eram as pessoas moralmente marginalizadas e de má reputação na sociedade. Essas pessoas não possuíam um padrão de vida aprovado pelos religiosos da época, e, por isso, elas eram excluídas por eles. Aos judeus era recomendado que evitassem ao máximo ter contato com essas duas classes de pessoas. Na verdade, os rabinos nem mesmo ensinavam tais pessoas, já consideravam os publicanos uma classe tão baixa que entendiam não ser digno de arrependimento da parte de Deus.
pai representa Deus;
filho mais novo representa os publicanos e pecadores;
filho mais velho os escribas e fariseus.
Os pecadores procuravam Jesus porque cuidava deles e entendia suas necessidades e procurava ajuda-los, enquanto os fariseus os criticavam e se mantinham distantes (ver Lc 19.9-14). Os fariseus tinham conhecimento da Lei do Antigo Testamento e desejo de manter a pureza pessoal, no entanto, não tinham amor pelas almas perdidas.
A mensagem deste capitulo pode ser resumido em três palavras: perdido, encontrado e alegria. Jesus usou essas parábolas para refutar as acusações de escribas e fariseus escandalizados com o seu comportamento. Já era problemático Jesus receber de braços abertos esses marginalizados e ensiná-los, mas chegava ao cúmulo de comer com eles! contrariava aquela religiosidade hipócrita. Jesus não apenas tinha contato com aquelas pessoas, mas também comia com elas; e mais além, Ele as buscava. Foi assim com Mateus, um publicano escolhido para compor o grupo dos doze apóstolos. Esse tipo de comportamento escandalizava os fariseus e os doutores da Lei. Eles ficavam indignados, e frequentemente questionavam Jesus acerca disto. Os líderes religiosos não haviam entendido que o “Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10), Mais do que isso, não conseguiam enxergar que eles próprios estavam entre os perdidos. Os rabinos da época concordavam que Deus recebia o pecador arrependido. Mas eles não compreendiam que é o próprio Deus quem busca tais pecadores. Jesus respondeu àqueles religiosos contando três parábolas, entre elas a Parábola do Filho Pródigo.
Este capítulo deixa claro que existe uma mensagem de salvação: Deus acolhe e perdoa os pecadores arrependidos. Porém, essas parábolas também revelam que a salvação apresenta dois aspectos. Uma parte diz respeito a Deus: o pastor procura a ovelha, a mulher procura a moeda. A outra parte, porém diz respeito ao ser humano, pois o filho desobediente arrependeu-se por sua própria vontade e voltou. A ênfase sobre apenas um desses aspectos resulta em um conceito distorcido de salvação, pois tanto a soberania divina quanto a responsabilidade humana devem ser levadas em consideração (Jo 6.37; 2Ts 2.13,14).

Explicação e significado da Parábola do Filho Pródigo
Essa parábola ajuda a entender o que significa estar perdido. Em primeiro lugar, quer dizer estar fora do lugar. Os pecadores perderam a comunhão com Deus. Estar perdido também significa estar impossibilitado de servir. Um pecador perdido não pode experimentar a plenitude enriquecedora que Deus tem para ele em Jesus Cristo.
Mas intervendo tudo isso, ser “encontrado” (salvo) significa estar de volta ao lugar certo (reconciliado com Deus), ter a possibilidade de servir (a vida tem um propósito) e fora de perigo. Hoje em dia, é fácil  ler essa parábola sem dar muita atenção a sua mensagem, mas quem as ouve pela primeira vez deve ficar surpreendido. Jesus estava dizendo que Deus procura os pecadores perdidos! Não é de se admirar que os escribas e fariseus ficaram ofendidos, pois em sua teologia legalista não havia lugar par um Deus desse tipo. Haviam esquecido que Deus procurou Adão e Eva quando pecaram e se esconderam dele (Gn 3.8,9). Apesar de seu suposto conhecimento das Escrituras, os escribas e fariseus se esqueceram que Deus é como um Pai que se compadece de seus filhos rebeldes (Sl 103.8-14).
Poucas alegrias comparam-se à de encontrar os perdidos e leva-los ao Salvador. Deus não quer que nenhum de nós se perca, mas quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Timóteo, 2.3,4). A missão principal de Jesus foi vir resgatar o homem perdido. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc.19.10). O pai do filho pródigo desta parábola representa Deus, que com seu amor paternal recebe de volta o seu filho arrependido. Podemos conjecturar também, que o filho pródigo representa aqueles que já serviram a Deus na condição de servo e filho, mas deixou a Casa de Deus e foi em busca de aventuras. Nesta parábola iremos identificar seis tipos de problemas gerados e enfrentados pelo filho pródigo, e quatro atitudes que ele tomou para liberta-se da difícil situação em que se encontrava.

SEIS TIPOS DE PROBLEMAS GERADOS E ENFRENTADOS PELO FILHO PRÓDIGO:

1. O PROBLEMA DA REBELIÃO – ELE FOI PARA UMA TERRA DISTANTE (LC 15.11-16)
Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres (Lucas 15:11,12).
O filho mais novo tinha um plano: Reivindicar a sua herança, ele queria viver fora da casa de seu pai, longe da família. De acordo com as normas da Lei judaica, a parte da herança do filho mais velho correspondia o dobro da parte dos outros filhos, isso quer dizer que o filho mais novo tinha direito a um terço da herança de seu pai (Dt 21.17), e, se o pai assim o desejasse, poderia distribuir a riqueza ainda em vida. O filho mais novo se rebela, e de forma precipitada, reivindica a sua herança antes do tempo com o pai ainda vivo, pois queria realizar seu plano de viver novas aventuras a sua maneira. Penso que estava cansado da vida no lar do pai, se sentia preso e queria ser livre. Ele queria ter uma liberdade, independência total, quando alguns falam eu quero fazer da minha vida o que bem entendo, já sabemos no que vai dar, problemas e sofrimento
divisão proposta pelo filho era muito complicada. Toda a propriedade precisava ser dividida. Uma parte considerável deveria ser vendida e liquidada. Essa era uma situação que afetava todo o lar, além de ser um insulto ao pai que nunca lhe deixou faltar nada. O pai atende o pedido do filho mais novo e reparte logo os haveres aos dois filhos. Veja que o filho mais velho também recebeu sua herança (Lc 15.12), e ficou em silêncio, já o mais novo de posse da herança disse ao pai, “Já fui!”.
O que nos chama bastante atenção nessa parábola é o silêncio do filho mais velho, pois em Israel, a autoridade máxima de uma família está na figura do pai, após o pai vem o filho mais velho, que tem autoridade semelhante à do pai, ajuda no provimento, orientação e disciplina da família. Deveria ter repreendido seu irmão mais novo, era de se esperar que o mais velho interrompesse esse plano insensato. Mas não o fez, ficou em silêncio propositadamente! Lembrem-se que ele também recebeu a sua herança, mas ficou completamente calado, não falou nada. Por qual motivo ele ficou em silêncio? Será porque a maior parte da fazenda estava ficando nas suas mãos, o dobro da herança do irmão mais jovem. Já o irmão mais novo foi sincero consigo mesmo (não que isso que ele fez seja correto), demonstrou todas as suas vontades e falou ao pai tudo aquilo que ele pensava e deseja fazer.
Assim como nos nossos dias, a herança poderia ser dividida antes do falecimento do pai, desde que ele concordasse. Porém, o filho mais novo não podia esperar. Essa atitude foi um completo desrespeito; ele não se importou com a vida do pai. Ele não quis saber se o pai contava com ele para ampará-lo na velhice. Seus planos eram mais importantes. Ele amava mais a si mesmo do que ao pai. Essa atitude de pedir a sua herança com o pai em vida, foi como dizer ao pai: “Gostaria que estivesse morto!”. Essa atitude mostra que ele estava quebrando os mandamentos de Deus. O Filho reivindicar a herança antes do tempo é o mesmo que desejar a morte do pai. O filho mais novo tinha a liberdade de utilizar a sua parte da herança como bem entendesse, o que ele não podia, era exigir essa herança enquanto seu pai estivesse vivo (Lucas 15.12).

2. O PROBLEMA DA DISTÃNCIA
Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente (Lucas 15:13).
No versículo 13 encontramos o filho mais novo saindo de casa, saindo de sua terra, com a liberdade que queria e recursos para viajar mundo afora. Ajuntou tudo e partiu para uma terra longínqua, para longe da casa do pai. Ele poderia ter ido para a Alexandria, Roma, Corinto ou Babilônia, etc. Se Fosse hoje talvez Paris, Dubai, Los Angeles ou Las Vegas, etc.       
Sempre que damos mais valor a coisas do que a pessoas, mais importância ao prazer do que ao dever e nos interessamos mais pelas paisagens distantes do que pelas bênçãos em nosso próprio lar, estamos procurando problemas.
O filho mais novo sonhava em “desfrutar” sua liberdade longe do pai e do irmão mais velho. Se a ovelha se perdeu por falta de senso de direção e a moeda foi perdida por falta de cuidado, o filho perdeu-se por obstinação. Desejava fazer as coisas a sua maneira, por isso se rebelou contra o pai entristecendo profundamente o coração dele. Sua atitude foi completamente inconsequente. Ele juntou tudo o que tinha. Ele não deixou nenhuma reserva na casa do pai para que se caso seu plano desse errado ele pudesse voltar dignamente. Esse filho mais novo viveu de forma dissoluta, da maneira que lhe parecia melhor.
Não sabemos para onde ele foi. Só sabemos que ele foi para um lugar distante. Ele se afastou o máximo que pôde da casa do pai. Perceba que ele partiu para bem longe de tudo o que podia lhe lembrar alguma autoridade. Para longe do seu Deus e dos seus pais, o seu único compromisso era o de satisfazer o seu ambicioso desejo de pecar.
A “terra distante” pode simbolizar a distância que estamos de Deus, pois ela existe, em primeiro lugar, em nosso coração. Quanto mais parecermos com o mundo mais longe de Deus ficamos (1Jo 2.15,16), Mas se desejamos está perto de Deus, devemos permanecer na casa do Pai, arrepender dos nossos pecados, nos santificar, nos encher do Espírito Santo, Obedecê-lo e Confiar nEle (Hb 10.25; 2 Cr 7.14; Mt 11.28-30; Gl 5:19-23).

3. O PROBLEMA DO DESPERDÍCIO - A RUÍNA DO FILHO PRÓDIGO.
Naquela terra longínqua o filho pródigo, em sua insensatez desperdiçou toda sua herança.
Depois de ter dissipado tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade (Lucas 15:14).
Ele começou a esbanjar a sua herança, Era como se ele estivesse em um grande Cassino de Las Vegas. Jogos, mulheres, bebidas. Novas amizades, pessoas famosas, meretrizes! imaginem um jovem do campo em uma cidade grande, logo as meretrizes perceberiam que ele era do interior, iam se aproximar dele, e se aproveitar dele até o último vintém, depois  sem dinheiro as deixariam como um objeto sem valor, porque é isso que acontece no mundo, você só vale o que tem... Justamente parece ter sido isso que aconteceu na vida desse rapaz.



Naquele país tinha muitos amigos, muitas festas, muitas diversões, talvez a vida até promíscua, enquanto ele tinha dinheiro, amigos, ele festejava, ele não tinha tempo para pensar na sua alma, só queria pensar no seu prazer imediato. Lá ele não era verdadeiramente feliz, mas pensava que era. Assim é o homem, quando ele pensa que o pecado, as aventuras, os prazeres desta vida podem preencher o vazio do seu coração. Ele bebe todas as taças dos prazeres, mas quando se dá conta, há um vazio na alma, há uma culpa latejando em sua consciência, não há alegria verdadeira dentro do seu ser.
Mas a vida na terra distante não era o que o jovem esperava. Seus recursos acabaram, ele havia gastado tudo e começou a passar necessidades. O dinheiro acabou e o aperto chegou. Esse é o quadro da decadência espiritual que deliberadamente o separou da fonte da vida, da felicidade e da alegria. Não é de imediato que o pecador descobre seu miserável estado, porque os “prazeres temporários do pecado” lançam um brilho atraente sobre o caminho da vida. Mesmo assim apressa-se o desviado à falência espiritual. Seus valores, e sua fé foram sufocados pelos seus desejos carnais. Isso nos lembra o conselho do apóstolo Paulo aos Gálatas, sobre a carne e a colheita de destruição (Gálatas 6:8). Além disso, ele nos aconselha a viver dirigidos pelo Espírito, não pela carne (Gálatas 5:16). Vemos no pródigo um claro compromisso com sua natureza pecaminosa.

4. O PROBLEMA DA FOME.
Depois de ter dissipado tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade (Lucas 15:14).
Sem recursos começou a passar necessidades, aquelas roupas antes de marcas e caras já sujas e fétidas, sem abrigo, sem teto para dormir, penso que ele começou a dormir nas ruas, não havia albergues que oferecessem comida, não havia os sopões, promovidos por igrejas ou outras organizações sem fins lucrativos, nada! ninguém lhe dava uma refeição se quer,  uma única refeição, de filho Rico, agora estava vivendo como pessoas carentes, “vivendo como mendigo”, passando necessidade, precisando de doações de mantimentos e alimentos, e, penso que às vezes tentando sobreviver, deve ter pensado em procurar comida até nas latas de lixo, e ninguém lhe ajudava (Lucas 15. 16)
A ilusão promovida pelo pecado estava pestes a acabar. Saciado de prazeres, descobre haver grande fome na terra. Uma grande fome ou escassez atingiu toda a região em que o pródigo está esbanjando seus bens. A questão é que de “onde se tira e não se coloca, acaba”. Foi o que aconteceu (Lucas 15. 14). Entendemos que o mundo está em crise, com grande fome! fome não de alimento, mas fome por amor e por verdade e por todas as coisas essenciais das quais dependem a sobrevivência da alma (Jo 14.6). O diabo cegou o entendimento do jovem, como está escrito (2 Coríntios 4:4).
Quando seus bens acabaram, os “amigos”, as mulheres, a alegria, foram embora também. Ele só se deu conta de sua real situação quando ficou sem nada. Essa fome é o desejo por algo superior. É o vazio da alma que só pode ser preenchido com a "presença de Deus". Só é possível encontrar satisfação real em Cristo (João 6:35). Não há elementos humanos que possam saciar a fome e a sede de vida que a humanidade possui.

5. O PROBLEMA DA HUMILHAÇÃO
Então, ele foi e chegou-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. (Lucas 15:15)
A realidade naquela terra distante era outra, seus recursos esgotaram-se, seus amigos o deixaram, veio a fome e o rapaz foi obrigado a fazer por um desconhecido o que havia se recusado a fazer pelo pai: trabalhar! Essa cena dramática é a maneira de Jesus enfatizar o que o pecado faz na vida dos que rejeitam a vontade do Pai. O trabalho de guardador de porcos simboliza o pecador servindo às concupiscências e prazeres da vida, negligenciando os desejos mais nobres de sua natureza, enquanto atende a instintos mais baixos e degradantes.



Para sobreviver ele foi cuidar de porcos. Devemos nos lembrar de que ele era um judeu, e como tal não podia ter contato com porcos. Estes animais eram considerados imundos pela Lei (Levítico 11:7). Os rabinos consideravam as pessoas que cuidavam de porcos amaldiçoadas. Havia um proverbio no Talmude que dizia “Maldito o homem que cria porcos, ... “. Com isso percebemos que ele perdeu seus recursos, sua religião e consequentemente sua identidade.

6. O PROBLEMA DA SOLIDÃO
Ali, ele desejava fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada (Lucas 15:16).
No versículo 16 somos informados que ele sentiu tanta fome que desejou comer as vagens que eram dadas aos porcos, ... , representava o castigo da fome.
Deixou a casa do pai, na busca por aventuras, encontrou uma sociedade marcada pela busca extravagante do prazer e de uma vida sem regras, sem limites, caiu no “mundanismo”, vida de pecado, vida de prazeres, curtição e fantasias sem limites. Resultado! Entrou num processo acelerado de decadência geral, com o desperdício enlouquecido, as rédeas soltas para toda e qualquer paixão, de modo desenfreado, levou uma vida de luxuria e prazer, gastou até nada mais restar, até chegar numa vida de miséria, passar fome, e sentir vontade de comer a comida dos porcos”. Para piorar ele estava em terra estrangeira e ninguém podia socorrê-lo, não tinha mais amigos, não tinha mais status, não tinha mais herança. O desejo mundano é passageiro, é ilusório, ele leva embora a alegria, ele arruína a vida das pessoas, ele traz a solidão.



Foi somente quando chegou nesse ponto, que o jovem sentiu a perversidade do ambiente em que vivia; por quanto antes vivia suntuosamente em todas as modalidades de prazer mundano. Os seus sentidos, tinham ficados totalmente amortecidos, e pensava que tudo corria bem com ele mesmo e com o mundo. Mas agora podia perceber a verdade, porquanto a pobreza e o vazio do mundo perverso, agora eram sentidos por ele. Temos aqui um notável quadro do engano do pecado e da péssima busca pelos prazeres passageiros do mundo.
Engano do pecado – buscou liberdade e sucesso, encontrou escravidão e fracasso! O pecado promete liberdade, mas traz apenas escravidão (Jo 8.34); promete sucesso, mas traz fracasso, promete vida, mas “o salário do pecado e a morte” (Rm 6.23). O rapaz pensou que “se encontraria” mas, na verdade, se perdeu! Quando Deus é deixado de fora da sua vida, o prazer transforma-se em escravidão.
A necessidade do filho perdido aumenta. Ao seu redor não há mais nada, apenas uma riqueza de escassez e comida de porcos (Lucas 15.16). A medida que sua fome aumentava seus desejos se tornavam menos exigentes. Ele passou a desejar a comida dos porcos. Alfarrobas – são vagens secas, de gosto um tanto doce que era utilizada como ração para os animais no Oriente Médio. Apenas as pessoas mais necessitadas é quem as utilizavam como alimento. A vã tentativa de encher o estômago com as cascas secas da vagem descreve a tentativa do pecador em diminuir a fome da alma mediante a satisfação ilimitada de apetites carnais. Mas quem procura sustentar-se com uma vida de pecado descobrirá que está se enchendo sem alimentar-se, ou seja, cria um verdadeiro vazio dentro de si, e a sensação é de uma grande fome.
Essa grande fome, é o anelo do desejo não satisfeito da alma, a ausência de seu verdadeiro alimento, “o maná que só do céu pode descer” (Jo 6.35). Essa fome é aquilo que não pode encontrar, quando seus apetites não são satisfeitos, quando termina seu suprimento usual, é quando se instaura a fome e sede, não de pão ou de água, mas de ouvir a Palavra do Senhor (Am 8.11). A sua necessidade não era apenas material. Ele estava extremamente carente de amor e cuidado, de alguém que se importe realmente com seu bem-estar. O afeto, amor e cuidado que ele tinha na casa de seu pai estavam, agora, mais distante do que os quilômetros que os separavam. Diante deste cenário, vamos observar quatro atitudes que ele tomou para liberta-se da difícil situação em que se encontrava.


QUATRO ATITUDES QUE CONTRIBUÍRAM PARA O ARREPENDIMENTO DO FILHO MAIS NOVO.

1. ELE REFLETIU - PENSOU - CAIU EM SI (Lc 15.17-19). Início da transformação do filho pródigo.
Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! (Lucas 15:17).
Caiu em si, Já no versículo 17 nos mostra o início de seu arrependimento. Lemos que ele “caiu em si”. No originou seria algo como “recobrou seu senso” ou “quando voltou a si mesmo”, “reconhecimento” “arrependimento” é aperceber da nossa verdadeira situação e quando isso ocorre por vezes, mudamos a rota na qual estávamos caminhando, é a oportunidade de nos levantar e mudar a história. E esta é uma das funções da consciência, que Deus colocou em nossa alma: a consciência analisa a situação em que nos encontramos, compara com o ideal que deveria ser e nos estimula, no sentido de abandonar o errorestaurando a nossa vida.



O filho pródigo “caiu em si”. A escassez, a fome e a ausência de amor trouxeram a sanidade do jovem de volta (Lucas 15.17). Isso nos faz entender que o pecado tira o entendimento. Agora ele já não é mais aquele inconsequente. As experiências adquiridas pelo sofrimento lhe levaram a fazer uma comparação com a casa de seu pai e perceber que ele não precisava viver daquela forma. Nesse momento vemos que ele sentiu saudade de casa. Ele descobriu que os empregados de seu pai eram mais dignos do que ele, de modo que tais empregados diaristas tinham o que comer, e ele morria de fome. Um proverbio do Talmude que diz: “Quando um filho (que saiu de casa) tem de andar descaço (por causa da pobreza) então relembra quão bem vinha sendo tratado na casa de seu pai”.

2. ELE LEVANTOU-SE
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados (Lucas 15:18,19).
Perceba que nos versículos 18 e 19 ele reconheceu o seu erro. Naquele momento ele soube que seu abandono foi precipitado, que sua decisão foi insensata, que levou a sarjeta e que precisava tomar uma decisão, levantar-se (Js 2.10; 1Sm 2.8; Sl 113.7; At 2.39; EF 2.13,17: 5.14; At 26.16).

3. ELE DECIDIU RETORNAR
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados (Lucas 15:18,19).
Arrepender-se significa “mudar de direção” ou “mudar o pensamento” ou “mudar de ideia”, ou seja, repensar” ou “pensar melhor”, e foi exatamente o que o rapaz fez enquanto cuidava dos porcos (que trabalho para um rapaz judeu!). Ele “caiu em si”, o que indica que, até então, estava “fora de si”. O pecado traz consigo uma “insanidade” que parece paralisar a imagem de Deus dentro do indivíduo e liberar o instinto “animal”. O rapaz mudou de ideia sobre si mesmo e sobre a sua situação e admitiu que era um pecador, reconheceu que o Pai era um homem generoso e que servir na casa dele era melhor do que ser livre naquela terra distanteÉ a bondade de Deus, não apenas a maldade do homem, que nos conduz ao arrependimento (Rm 2.4). Arrependimento é uma mudança de atitude.
Se o rapaz tivesse pensado apenas em si mesmo, na fome, na saudade e na solidão - teria entrado em depressão! Mas suas circunstancias difíceis o ajudaram a ver o pai sob uma outra ótica, e isso lhe deu esperança. Se o pai era tão bom com os servos, talvez se mostrasse disposto a perdoar o filho. 

4. ELE SE ARREPENDEU E CONFESSOU
Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados (Lucas 15:18,19).
O filho mais novo entendeu que o que fez não foi apenas um erro, foi um pecado. Ele havia pecado contra Deus e contra o pai. Ele compreendeu quão ingrato ele havia sido, e sabia que não poderia mais ser chamado de filho, então queria ser um empregado temporário. A próxima atitude dele é voltar para a casa de seu pai. Ele não apenas desejou. Ele fez. Muitas pessoas hoje em dia vão a Igreja, ouvem a Palavra de Deus, mas demoram muito até tomar uma decisão.
Se o rapaz tivesse parado nesse ponto, só teria sentido pesar e remorso (2Co 7.10), mas o verdadeiro arrependimento implica não apenas a mente e as emoções, mas também a volição “o indivíduo decide praticar uma ação”, ou seja, ele agiu: “Levantar-me-ei [...], irei [...], Lhe direi [...]”. Nossas decisões podem ser nobres, mas a menos que as coloquemos em prática, jamais trarão qualquer benefício permanente. Se o arrependimento é, verdadeiro, obra de Deus (At 11.18), o pecador obedecerá a Deus, crerá em Jesus Cristo e será salvo. (At. 20.21).
 Apenas 8 pessoas na Bíblia falaram: “Pequei”. Só 3 realmente se arrependeu verdadeiramente (Pv 28.13).
1. Faraó (Ex 9.27; 10.16).
2. Balaão (Nm 22.34).
3. Acã (Js 2.20).
4. Saul (1 Sm 26.21).
5. Davi (2 Sm 12.13; 24.10).
6.  (Jó 7.20).
7. Judas (Mt 27.4).
8. Filho Pródigo (Lc 15.18)
Ao “cair em si”, ou seja, perceber que precisava voltar, se humilhar e pedir perdão, o pródigo não procrastinou. Não houve adiamento. Ele não apenas desejou voltar a casa do pai. Ele voltou. Nesse exato momento aquele filho mais novo já não era mais o mesmo rapaz inconsequente que saiu da casa do pai. Ele havia sido transformado. Aconteceu a “metanoia” mudança essencial de pensamento ou de caráter, estava havendo uma transformação espiritual, que chamamos de conversão, Glória a Deus!
Arrependimento é a decisão de mudança total de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina, é levada a reconhecer o seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-lo, baseando sua confiança em Deus, que perdoa (Mt 3.2-8; 2Co 7.9-10; 2Pe 3.9), O complemento do arrependimento é a Fé e os dois juntos constituem a conversão.

ALEGRIA - UM PAI AMOROSO PARA UM FILHO PRÓDIGO
E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, moveu de íntima compaixão, correndo, o abraçou, e beijou (Lucas 15:20).
Foi exatamente isso que aconteceu com o pródigo. Estava manchado, desfigurado pelo pecado. Mas o Espírito Santo produziu arrependimento em seu coração e ele voltou.
O pai avistou o filho ainda longe que estava retornando e o reconheceu. O pai nunca havia perdido o interesse no filho. No grego Original enfatiza a palavra longeindicando que o pai não ficou em casa esperando que o filho voltasse. Em vez disso, o pai esperava a volta de seu filho e, todos os dias ele ia a uma certa distância considerável de sua casa até um local com uma boa vista, para que pudesse avistar o retorno do filho em primeira mão. Assim, esse pai, ansiosamente, esperou o retorno do seu filho. Movido de profunda compaixão, o Pai foi ao seu encontro e o abraçou e beijou. Dando a ele aceitação, carinho e amor. Algo que há muito ele não tinha. Ao ver seu filho naquele estado, o Pai se colocou no lugar dele, quis aliviar a sua dor. Esse é o sentido da compaixão. Jesus Cristo com frequência manifesta esse sentimento (Mateus 20:34; Marcos 1:41; Marcos 6:34; Mateus 15:32). Ou seja, a compaixão é um sentimento presente que constantemente se manifesta no nosso Deus, na verdade essa compaixão é a causa de nós não sermos consumidos (Lamentações 3.22).



Nessa passagem Jesus responde às acusações dos escribas e fariseus (Lc 15.2), pois o pai não apenas correu para receber o filho, mas também honrou sua volta, preparando um grande banquete e convidando o povo de sua vila para participar. O pai nem deixou que o filho mais novo terminasse sua confissão: interrompeu-o, perdoou-o e mandou que começasse a comemoração!
O filho, quando partiu, achava que nunca mais voltaria ali, mas o pai tinha certeza de que um dia ele estaria de volta. Isso fica muito claro na reação do pai. É claro que esse pai humano ilustra a atitude do Pai Celeste para com os pecadores que se arrependem: ele é rico em misericórdia e graça e grande em amor por eles (Ef 2. 1-10). Tudo isso é possível por causa do sacrifício de seu filho na cruz. Somos salvos pela GRAÇA de Deus, essa graça é o amor que paga um preço, é a promessa para vós de perto e a todos que estão longe. (At 2.39; Ef 2.13,17).
O texto bíblico diz que o pai correuNaquela época um ancião não podia correr, isso era indigno, inapropriado, vergonhoso, mas o pai não se importou com a humilhação, o que importava era o filho a quem ele estava buscando no caminho. O pai o abraçou, não olhando para as condições em que seu filho estava se aproximando. O filho estava rasgado, descalço, era a personificação da miséria, mas o pai só olhou o arrependimento, e o acolheu em seus braços. O pai também o beijou repetidas vezes. Perceba que ele se compadeceu, correu, abraçou e beijou, antes de dizer uma única palavra. Que amor maravilhoso. Que graça incompreensível.
O texto bíblico diz que o pai se compadeceu profundamente. Ele correu para o filho. No Oriente, não era apropriado a um homem de idade correr, mas o pai correu ao encontro do filho. Um dos motivos óbvios para isso era seu amor por ele e o desejo de demostrar esse amor. Mas há outra questão envolvida. O filho havia envergonhado a família e a vila, e, de acordo com Deuteronômio 21.18-21 deveria ser morto por apedrejamento. Se os vizinhos tivessem começado a apedrejá-lo, teriam acertado o pai que o abraçava! Que imagem maravilhosa do que Jesus fez por nós na cruz!
Quando o pai viu o filho, ele se moveu de íntima compaixão (Lc 15.20). O amor do pai não começou no retorno do seu filho. O Pai nunca deixou de amá-lo, ele sempre amou o filho [...] Nessa parábola Cristo estava enfatizando que Deus ama os pecadores e espera ansiosamente por seu retorno.

A CONFISSÃO DO FILHO
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho (Lucas 15:21).
A mensagem do pai é a de regeneração. Restituição. Não há punição, ou diminuição. Tudo isso já havia sido aplicado a ele pelo peso do pecado. O pai não permitiu que o filho terminasse o discurso. As próximas palavras dele seria: “trata-me como um dos teus empregados”. O pai não poderia rebaixar seu filho, porque este havia sido trazido pelo arrependimento (Romanos 8:14). Ele havia sido guiado até ali pelo Espírito de Deus. Aqueles que estão em Cristo através da conversão, do arrependimento, não podem ser tratados como “escravos”, são reconhecidos e tratados como filhos (Romanos 8:17; Gálatas 4:7). O pródigo voltou a ser, não apenas filho. Mas também herdeiro.
No versículo 21 vemos que o filho começa a fazer o discurso que havia ensaiado. Ele reconheceu o seu pecado, reconheceu a sua miséria, reconheceu que não tinha mérito algum e reconheceu que não era digno de ser chamado de filho. Porém, algo que realmente merece nossa atenção é o fato de que ele não conseguiu dizer faz de mim um de seus empregados. O pai nunca deixou que ele dissesse essas palavras.
Após o pai já ter demonstrado afeição pelo retorno do filho, dando aquele abraço caloroso, beijando-o. O pai continua a recepciona-lo, abençoando com três elementos que simbolizavam sua completa restauração para os privilégios de filiação.

O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos (Lucas 15:22,23).
Nos versículos 22 e 23 temos o relato de como o pai o recebe de volta ao lar. O pai queria dar ao filho a importância que ele não merecia, mas seu amor de pai era imenso e inexplicável. O pai deu ordem aos servos dizendo: Trazei depressa:

ROUPA, a melhor. (sem dúvida, do pai) A roupa simbolizava honra, era prova que o filho estava sendo aceito de volta na família e voltaria ser herdeiro do pai. (Gn 41.42; Is 61.10; 2 Co 5.21). A roupa, naquela época, significava muito mais que apenas uma peça do vestuário. As pessoas pobres não podiam se dar ao luxo de vestir boas roupas. Eles vestiam-se com roupas velhas, desgastadas, até algumas feitas de peles de animais, às vezes, como verdadeiros trapos. No entanto, apenas os ricos, os abastados, se vestiam com roupas de tecidos leves e finos. A roupa, portanto, indicava a classe social que a pessoa pertencia. Os escravos, os empregados, os trabalhadores braçais, tinham vestimentas que os identificavam de longe. O pai, nesta parábola, ao dar ao filho a melhor roupa, demonstra para todos que ele não voltaria na condição de empregado, mas de filho, voltou a posição privilegiada que ele tinha perdido, colocando-o no topo da hierarquia familiar e social. Que coisa linda! É exatamente isto que Deus faz com àqueles que se voltam para Ele, o Senhor nos veste com vestes de justiça e de santidade! Ele deseja que sejamos identificados e reconhecidos como Seus filhos, como Seu povo! (Ef 4.24 ; Ap 3.5 ).

ANEL na mão, um símbolo de autoridade – o pai estava dando ao filho o privilégio de exercer toda autoridade que pertencia ao pai ao fazer negócios no nome do pai. Tanto os reis, como os grandes comerciantes, assinavam seus documentos carimbando-os com seu anel. Qualquer documento, edito real ou contrato comercial que fosse marcado com o anel de uma autoridade tinha fé pública.  Dar ao filho o anel era a maior declaração de perdão por parte do pai. O pai estava constituindo aquele filho como o gerente de sua fazenda e de seus negócios. Estava dando a ele autoridade para administrar seus bens. A despeito de o filho ter lhe causado prejuízo, ao gastar um terço de seus bens, desperdiçando-os pelo mundo a fora, o pai declarava, com aquele gesto, seu perdão e sua confiança.  Esta é a verdade mais intrigante do Evangelho: O perdão incondicional de Deus. “Lançarei seus pecados nas profundezas do mar e de suas iniquidades não me lembrarei mais” (Mq 7.19 ; Hb 8.12). O pai não apenas recebia em casa o seu filho perdido, mas dava a ele autoridade e poder. O filho não se submeteria a mais ninguém, senão a seu próprio pai. Foi exatamente isto que o Senhor disse a nós (Lc 10.19).

SANDÁLIAS nos pés, símbolo de que ele não era um escravo (os escravos andavam descalços). Aquele filho era um homem livre, pois o amor de seu pai o libertou. As sandálias representavam liberdade e luxo. Só os livres podiam usá-las. Os escravos andavam descalços. O pai não confinaria seu filho ao interior de sua propriedade, estava dando ao filho o direito de entrar e sair quando quisesse. O filho não pode e nem deve viver descalço (Ef 6.15). Não deve andar com o espírito abatido como se escravo fosse. Somos livres, somos filhos, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo… (Rm 8.17). E o Senhor, representado pelo pai, nesta parábola, também fez questão de dar ao seu filho calçados, tanto para proteção de seus pés quanto para que ele tivesse uma vida confortável e digna. Quanto ao cuidado que nosso Deus tem com os pés do Seu povo (ver 1Sm 2.9 ; 2Sm 22.34 ; Ne 9.21 e Sl 121.3).
O banquete foi a maneira que o pai escolheu para demonstrar sua alegria e para compartilhá-la com os outros. Se o rapaz tivesse sido tratado de acordo com a Lei, teria havido um funeral, não um banquete. Que bela ilustração do Salmo 103.10-14.
O pai expressou sua alegria manda preparar o bezerro cevado. Esse animal era um novilho guardado para ser usado somente na ocasião mais especial. Para o pai, haveria alguma ocasião mais especial do que essa? E digo mais, o fato de o bezerro já está cevado indicava que o pai esperava o retorno de seu filho. Esses versículos nos revelam algo muito profundo. Aqui entendemos que o controle sempre esteve nas mãos do pai. Perceba que enquanto o filho estava vivendo dissolutamente o pai estava fazendo provisão para o filho que retornaria. Enquanto o filho estava esbanjando, o pai estava cevando o novilho, deixando a roupa, o anel e a sandália preparados para o momento do retorno. Com isto, entendemos que a parábola, como um todo, aponta para a soberania de Deus. Que Deus ama os pecadores, Que procura pelos pecadores, Que restaura os pecadores e que concede os privilégios e as bênção de um filho todo àqueles que retornam para ele.
Por um lado, essas parábolas refutavam, de forma concisa que, o erro dos fariseus, que insistiam que Deus odiava pecadores e alegrava-se com sua mortePor outro ladoessas parábolas revelam o amor de Deus pelos pecadores e as Bênçãos que Ele concede àqueles que se voltam para Ele.
O filho descobriu no próprio lar tudo o que havia esperado encontrar na terra distante: roupas, jóias, amigos, uma comemoração alegre, amor e segurança para o futuro. Na terra distante, o filho prodigo aprendeu o significado da miséria; mas, de volta ao lar, descobriu o significado da misericórdia.

Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se (Lucas 15:24).
O versículo 24 possui um significado muito importante. Note os contrastes: morto-vivo; perdido-achado.
É interessante observar a descrição que o pai faz da experiência do filho: estava morto, mas agora está vivo; estava perdido, mas agora foi encontrado. Essa é a experiência espiritual de todo pecador que vai até o Pai pela fé em Jesus Cristo (Jo 5.24: Ef 2.1-10).
A explicação dessas palavras é a seguinte: no sentido prático, o filho estava morto pois havia recebido toda sua parte da herança. Ele não fazia mais parte da família. Ele também estava perdido, pois havia sido destruído em suas loucuras, e desperdiçado tudo o que lhe poderia sustentar durante a vida. Porém há algo mais profundo. A palavra “morto reflete o grau mais avançado de miséria e de decomposição. Morto não toma ação, não decide, não tem razão sobre si. Aquele filho estava morto e perdido, ou seja, ele estava no mais profundo estado de desgraça. Porém há uma boa notícia, uma notícia que explica a reação do pai. O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios, ensina que “Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1), No mesmo Evangelho de Lucas, o próprio Jesus declara: Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10).
Veja a comparação da volta do filho pródigo para o pai e nossa volta para Deus por meio de Jesus Cristo (Jo 14.6).
O Filho pródigo                 Jesus Cristo
Estava Perdido (15.24)   - “Eu sou o caminho”.
Era ignorante (15.17)     - “Eu sou a verdade”     
Estava morto (15.24)      - “Eu sou a vida”.    
Só há uma forma de chegarmos ao Pai: pela fé em Jesus Cristo. Você já voltou para casa?
Perceba que esta parábola é uma espécie de resumo. O pródigo partiu para uma terra distante e se perdeu, lembrando a ovelha perdida. Em seguida, ele gasta toda a sua herança e fica paupérrimo, lembrando a dracma perdida.

 O FILHO MAIS VELHO – PERDIDO DENTRO DE CASA.
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo (Lucas 15:25-28).
Entre os versículo 25 e 28 somos apresentados ao outro filho, o filho mais velho. Esse era o filho pródigo primogênito. Ele nunca se afastou do pai, mas também nunca esteve próximo; ele sempre teve todo o amor que precisava, mas sempre desperdiçou o amor e a presença do pai. Se o filho mais novo se perdeu saindo de casa, o filho mais velho se perdeu dentro de casa. Que coisa terrível, perdido dentro de casa.
Então, mais uma vez o pai é quem saiu de casa para ir de encontro a um filho. Dessa vez ele foi encontrar o filho mais velho. Nas palavras do filho mais velho, vemos que ele encarava o relacionamento com o pai na base da recompensa.

Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado (Lucas 15:29,30).
Ele recebeu e tinha direito a dois terços de toda a herança, mas estava preocupado com um simples novilho. Ele era filho, mas se enxergava como um empregado. No original ele diz algo como: “estive trabalhando como escravo para ti”. Ele também tentava se auto justificar dizendo: “nunca desobedeci tuas ordens”. Ele não entendia que de um filho se espera mais do que simples obediência; ele não havia entendido que diante de um pai tão bondoso nada do que tinha feito poderia impressionar. Ele só estava preocupado com as posses do pai, que, consequentemente, eram suas. Ele não amava o pai, apenas queria sua fortuna. Ele não se preocupou com a dor do pai quando ficou sem seu caçula, nem mesmo com o irmão que se foi, pois como mais velho ele poderia ter ido buscá-lo. Esse filho estava mesmo preocupado era com a sua herança. Perceba que ele diz “esse teu filho”, ao invés de dizer “esse meu irmão”. Ele era um estranho dentro de casa.

Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado (Lucas 15:31,32).
A resposta do pai nos versículos 31 e 32 estabelece um tremendo contraste. O pai se dirige a ele dizendo “meu filho”. No original grego a expressão utilizada aqui significa algo como “meu menino”, transmitindo um sentido mais afetuoso. O pai também usa a expressão “esse seu irmão”, ou seja, o pai o coloca como membro da família, além de demonstrar que havia considerado como justo o filho mais novo.

Lições da Parábola do Filho Pródigo
Não apenas a Parábola do Filho Pródigo, mas todo o capítulo 15 de Lucas, certamente aponta para o extraordinário amor de Deus.
Perceba a alegria do pastor que encontra a ovelha perdida (Lucas 15:6,7); do contentamento da mulher que encontra a dracma perdida (Lucas 15:9,10). Da mesma forma o pai, nessa Parábola do Filho Pródigo, se alegra com o retorno do filho perdido (Lucas 15:23,24, 32).
Claramente também podemos perceber uma intensificação na narrativa de Jesus. Primeiro ele fala da ovelha, depois da dracma e, finalmente, do filho.
Podemos aprender muitas coisas com esse ensino do Senhor. Em primeiro lugara Parábola do Filho Pródigo nos ensina que o Pai busca, traz de volta e se alegra na conversão do pecador que se arrepende. Diante disto, é impossível não perguntarmos: Quem somos nós? Quão perdidos estávamos? Será que merecíamos esse cuidado tão pessoal do próprio Deus? Tudo o que podemos dizer é que Ele nos ama. Ele faz uma festa por nossa causa, mas entenda que isso não é sobre nós, é inteiramente sobre Ele. Nunca poderíamos ir para casa do Pai sem um caminho que nos levasse até lá. Jesus é esse caminho (João 14:6).
Em segundo lugar, a Parábola do Filho Pródigo nos convida a refletir sobre qual tem sido a nossa posição para com os perdidos. Aqui temos uma importante lição. Diante dos perdidos podemos assumir algumas atitudes diferentes: podemos odiá-los; tratá-los com indiferença; recebê-los quando vierem até nós; ou buscá-los. Como seguidores de Cristo, cidadãos do reino de Deus, qual tem sido a nossa atitude? Estamos mais parecidos com Jesus ou com os fariseus e doutores da Lei?
Em terceiro lugar, agora falando do nosso relacionamento com o Pai, a Parábola do Filho Pródigo nos leva a fazer as seguintes perguntas: Como estamos nos comportando? Será que somos como o filho mais novo ou como o filho mais velho?
Você percebe que ambos os filhos eram ruins? A ruína do filho mais novo foi sua precipitação, inconsequência, insensibilidade e desobediência. Já a ruína do filho mais velho foi sua negligência e sua obediência superficialO filho mais novo se afastou do pai e perdeu-se fora de casa, enquanto o filho mais velho se perdeu dentro de casa e afastou do pai, também.
E por fim, a Parábola do Filho Pródigo nos traz um grande alerta. É impossível não falarmos sobre o que ocorrem com os dois filhos. A parábola termina com o filho mais novo dentro de casa, participando da festa que o pai promoveu. Por outro lado, a parábola também termina com o filho mais velho fora de casa. Porém sabemos que esse filho era uma figura dos escribas e fariseus, os mesmos que acabaram crucificando Jesus (Atos 7:52).
Justamente esse era o retrato da mensagem de Lucas 15, Jesus estava se alegrando e comendo com publicanos e pecadores (dentro de casa – figura do Filho mais novo) enquanto murmuravam na porta da casa (do lado de fora) os Escribas e Fariseus (figura do Filho mais velho). Esses religiosos tentavam se auto justificar. Eles se achavam bons de mais, tão bons a ponto de praticamente entenderem que alguém como eles nunca poderia ser privado do paraíso. Como os fariseus hoje, tem muitas pessoas que se comportam como o filho mais velho. Elas não faltam aos cultos, são obedientes, oram, jejuam e fazem tudo o que podem. Porém na sua maioria é tudo superficial, buscam seus próprios interesses. Essas pessoas acham que suas boas obras serão capazes de salvá-las. Mas elas são estranhas dentro de casa. Haverá um dia em que fatalmente ouvirão: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7:23).
Os filhos mais velhos não entendem nada sobre a graça de Deus. Eles não compreendem que tudo é pelo mérito de Cristo, e que não há nada em nós mesmos que possa nos credenciar à salvação.
Se Deus se alegra na presença de seus anjos por um pecador arrependido, se hoje temos morada na casa do Pai, e se não estamos mais mortos e perdidos em nossos pecados e delitos, isso tudo é pela obra redentora de Cristo na cruz. (Mt 10.6,7; Lc 19.10; Rm 5.6-11; IICo 5.18).



A obra redentora de cristo efetuada na cruz do calvário nos proporcionou algo que ninguém jamais poderia nos dar. Através da sua morte na cruz temos a propiciação pelos nossos pecados, a redenção da nossa alma, a justificação das nossas culpas, e o melhor você tem acesso e direito de falar com Deus, aproveite a oportunidade e aproxime-se logo desse Deus que te ama. Venha para Jesus agora! (Rm 10.9,10).
Amigo leitor da palavra de Deus você necessita de ter um encontro com Jesus ele é o redentor que vive. (Jo 1.29,36).
CONCLUSÃO:
O filho pródigo foi feliz porque decidiu retornar a casa do pai e confessar o seu pecado como sinal de arrependimento. Viver distante de Deus não é bom, quem assim vive vai de mal a pior. É tempo de voltar-se para Deus e reatar com Ele a aliança que foi quebrada. Deus é bom e misericordioso, Ele está de braços abertos a lhe esperar, volte para Deus, retorne a Casa do Pai. Ele está pronto para lhe receber, tome esta atitude, faça isto agora e você será feliz. Amém!
A graça do Senhor Jesus Cristo sejam com todos vós.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Dízimos

O Tabernáculo