Parábola
do Filho Pródigo
Introdução
Esse
é o capítulo da ovelha desgarrada,
da dracma perdida e do filho que se foi. Mas também esse é o capítulo
da ovelha recuperada, da dracma encontrada e
do filho que voltou. Mais ainda, esse é o capítulo onde
o pastor busca a ovelha, a mulher procura
diligentemente sua moeda de prata e onde o pai espera
pacientemente o retorno do filho. Fala sobre as ações do Filho pródigo em sua
reivindicação, conduta e retorno; sobre o perdão e generosidade demonstrados
pelo Pai, e até o ressentimento no caráter do irmão mais velho. De todas
as parábolas de Jesus, é a mais ricamente detalhada, poderosamente dramática e
intensamente pessoal. É cheia de emoção, passando da tristeza ao triunfo,
depois de uma sensação de choque e, por fim, nos mostra o extraordinário amor
de Deus pelos perdidos e também nos deixa um grande alerta, a parábola termina com
o filho mais velho do lado de fora da casa do pai, sem entrar na casa para se
alegrar com seu irmão que voltou.
O que significa “filho pródigo”?
A
palavra “pródigo” originalmente transmite um sentido de “extravagância
descuidada”. Na aplicação original, o pródigo é aquele que age de uma forma
extravagante, além dos limites. É por isto que em nosso idioma o significado de
pródigo pode ser tanto “esbanjador” e “gastador” como “generoso”, “magnânimo” e
“abundante ao distribuir”.
Contexto da Parábola do Filho Pródigo.
Quando
Jesus contou a Parábola do Filho Pródigo ele estava cercado por publicanos
e pecadores que se reuniram para ouvi-lo. Os publicanos eram
os cobradores de impostos; judeus que estavam a serviço do Império Romano. Eram
vistos pelo povo como traidores que extorquiam os próprios irmãos. Os pecadores eram
as pessoas moralmente marginalizadas e de má reputação na sociedade. Essas pessoas
não possuíam um padrão de vida aprovado pelos religiosos da época, e, por isso,
elas eram excluídas por eles. Aos judeus era recomendado que evitassem ao
máximo ter contato com essas duas classes de pessoas. Na verdade, os rabinos
nem mesmo ensinavam tais pessoas, já consideravam os publicanos uma
classe tão baixa que entendiam não ser digno de arrependimento da parte de Deus.
O pai representa
Deus;
O filho
mais novo representa os publicanos e pecadores;
O filho
mais velho os escribas e fariseus.
Os pecadores procuravam Jesus porque cuidava
deles e entendia suas necessidades e procurava ajuda-los, enquanto os fariseus
os criticavam e se mantinham distantes (ver Lc 19.9-14). Os fariseus tinham
conhecimento da Lei do Antigo Testamento e desejo de manter a pureza pessoal,
no entanto, não tinham amor pelas almas perdidas.
A
mensagem deste capitulo pode ser resumido em três palavras: perdido,
encontrado e alegria. Jesus usou essas parábolas para refutar as acusações
de escribas e fariseus escandalizados com o seu comportamento. Já era
problemático Jesus receber de braços abertos esses marginalizados e
ensiná-los, mas chegava ao cúmulo de comer com eles! contrariava aquela
religiosidade hipócrita. Jesus não
apenas tinha contato com aquelas pessoas, mas também comia com elas; e mais
além, Ele as buscava. Foi assim com Mateus, um publicano escolhido para
compor o grupo dos doze apóstolos. Esse tipo de comportamento
escandalizava os fariseus e os doutores da Lei. Eles ficavam indignados, e
frequentemente questionavam Jesus acerca disto. Os líderes religiosos não
haviam entendido que o “Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc
19.10), Mais do que isso, não conseguiam enxergar que eles próprios estavam
entre os perdidos. Os rabinos da época concordavam que
Deus recebia o pecador arrependido. Mas eles não compreendiam que é o próprio
Deus quem busca tais pecadores. Jesus respondeu àqueles religiosos contando
três parábolas, entre elas a Parábola do Filho Pródigo.
Este
capítulo deixa claro que existe uma mensagem de salvação: Deus acolhe e perdoa
os pecadores arrependidos. Porém, essas parábolas também revelam que a
salvação apresenta dois aspectos. Uma parte diz respeito a Deus: o pastor
procura a ovelha, a mulher procura a moeda. A outra parte, porém diz respeito
ao ser humano, pois o filho desobediente arrependeu-se por sua própria vontade
e voltou. A ênfase sobre apenas um desses aspectos resulta em um conceito
distorcido de salvação, pois tanto a soberania divina quanto a responsabilidade
humana devem ser levadas em consideração (Jo 6.37; 2Ts 2.13,14).
Explicação e significado da Parábola do Filho Pródigo
Essa
parábola ajuda a entender o que significa estar perdido. Em primeiro lugar,
quer dizer estar fora do lugar. Os pecadores perderam a comunhão com
Deus. Estar perdido também significa estar impossibilitado de servir. Um
pecador perdido não pode experimentar a plenitude enriquecedora que Deus tem
para ele em Jesus Cristo.
Mas
intervendo tudo isso, ser “encontrado” (salvo) significa estar de volta ao
lugar certo (reconciliado com Deus), ter a possibilidade de servir (a vida tem
um propósito) e fora de perigo. Hoje em dia, é fácil ler essa parábola sem dar muita atenção a sua
mensagem, mas quem as ouve pela primeira vez deve ficar surpreendido. Jesus
estava dizendo que Deus procura os pecadores perdidos! Não é de se admirar
que os escribas e fariseus ficaram ofendidos, pois em sua teologia legalista
não havia lugar par um Deus desse tipo. Haviam esquecido que Deus procurou Adão
e Eva quando pecaram e se esconderam dele (Gn 3.8,9). Apesar de seu suposto
conhecimento das Escrituras, os escribas e fariseus se esqueceram que Deus é
como um Pai que se compadece de seus filhos rebeldes (Sl 103.8-14).
Poucas
alegrias comparam-se à de encontrar os perdidos e leva-los ao Salvador. Deus
não quer que nenhum de nós se perca, mas quer que todos os homens se salvem e
venham ao conhecimento da verdade (I Timóteo, 2.3,4). A missão principal de
Jesus foi vir resgatar o homem perdido. Porque o Filho do Homem veio buscar e
salvar o que se havia perdido (Lc.19.10). O pai do filho pródigo desta parábola
representa Deus, que com seu amor paternal recebe de volta o seu filho
arrependido. Podemos conjecturar também, que o filho pródigo representa aqueles
que já serviram a Deus na condição de servo e filho, mas deixou a Casa de Deus
e foi em busca de aventuras. Nesta parábola iremos identificar seis tipos de
problemas gerados e enfrentados pelo filho pródigo, e quatro atitudes que ele
tomou para liberta-se da difícil situação em que se encontrava.
SEIS TIPOS DE PROBLEMAS GERADOS E ENFRENTADOS PELO FILHO PRÓDIGO:
1. O PROBLEMA DA REBELIÃO – ELE FOI PARA UMA TERRA
DISTANTE (LC
15.11-16)
Disse-lhe
mais: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me
a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres (Lucas 15:11,12).
O filho mais
novo tinha um plano: Reivindicar a sua herança, ele queria viver
fora da casa de seu pai, longe da família. De acordo com as normas da Lei
judaica, a parte da herança do filho mais velho correspondia o dobro da parte
dos outros filhos, isso quer dizer que o filho mais novo tinha direito a um
terço da herança de seu pai (Dt 21.17), e, se o pai assim o desejasse, poderia
distribuir a riqueza ainda em vida. O filho mais novo se rebela, e de forma
precipitada, reivindica a sua herança antes do tempo com o pai ainda vivo, pois
queria realizar seu plano de viver novas aventuras a sua maneira. Penso que estava
cansado da vida no lar do pai, se sentia preso e queria ser
livre. Ele queria ter uma liberdade, independência total, quando
alguns falam eu quero fazer da minha vida o que bem entendo, já sabemos no que
vai dar, problemas e sofrimento!
A divisão
proposta pelo filho era muito complicada. Toda a propriedade precisava
ser dividida. Uma parte considerável deveria ser vendida e liquidada. Essa era
uma situação que afetava todo o lar, além de ser um insulto ao pai que nunca
lhe deixou faltar nada. O pai atende o pedido do filho mais novo e reparte logo
os haveres aos dois filhos. Veja que o filho mais velho também recebeu
sua herança (Lc 15.12), e ficou em silêncio, já o mais novo de
posse da herança disse ao pai, “Já fui!”.
O que nos chama
bastante atenção nessa parábola é o silêncio do filho mais velho,
pois em Israel, a autoridade máxima de uma família está na figura
do pai, após o pai vem o filho mais velho, que
tem autoridade semelhante à do pai, ajuda no provimento, orientação e
disciplina da família. Deveria ter repreendido seu irmão mais novo, era
de se esperar que o mais velho interrompesse esse plano insensato. Mas não o
fez, ficou em silêncio propositadamente! Lembrem-se que ele também recebeu
a sua herança, mas ficou completamente calado, não falou nada.
Por qual motivo ele ficou em silêncio? Será porque a maior parte da fazenda
estava ficando nas suas mãos, o dobro da herança do irmão mais jovem. Já
o irmão mais novo foi sincero consigo mesmo (não que isso
que ele fez seja correto), demonstrou todas as suas vontades e falou ao pai
tudo aquilo que ele pensava e deseja fazer.
Assim como nos nossos dias, a herança poderia ser dividida
antes do falecimento do pai, desde que ele concordasse. Porém, o filho
mais novo não podia esperar. Essa atitude foi um completo desrespeito;
ele não se importou com a vida do pai. Ele não quis saber se o pai contava com
ele para ampará-lo na velhice. Seus planos eram mais importantes. Ele amava
mais a si mesmo do que ao pai. Essa atitude de pedir a sua herança com o pai em
vida, foi como dizer ao pai: “Gostaria que estivesse morto!”. Essa
atitude mostra que ele estava quebrando os mandamentos de Deus. O Filho
reivindicar a herança antes do tempo é o mesmo que desejar a morte do pai.
O filho mais novo tinha a liberdade de utilizar a sua parte da herança como bem
entendesse, o que ele não podia, era exigir essa herança enquanto seu pai
estivesse vivo (Lucas 15.12).
2. O PROBLEMA DA DISTÃNCIA
Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando
tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus
bens, vivendo dissolutamente (Lucas 15:13).
No versículo 13
encontramos o filho mais novo saindo de casa, saindo de sua terra, com a liberdade
que queria e recursos para viajar mundo afora. Ajuntou tudo e
partiu para uma terra longínqua, para longe da casa do pai. Ele poderia ter ido
para a Alexandria, Roma, Corinto ou Babilônia, etc. Se Fosse
hoje talvez Paris, Dubai, Los Angeles ou Las Vegas, etc.
Sempre que
damos mais valor a coisas do que a pessoas, mais
importância ao prazer do que ao dever e nos
interessamos mais pelas paisagens distantes do que pelas bênçãos em
nosso próprio lar, estamos procurando problemas.
O filho mais
novo sonhava em “desfrutar” sua liberdade longe do pai e do irmão mais velho.
Se a ovelha se perdeu por falta de senso de direção e a moeda foi perdida por
falta de cuidado, o filho perdeu-se por obstinação. Desejava fazer as coisas a
sua maneira, por isso se rebelou contra o pai entristecendo profundamente o
coração dele. Sua atitude foi completamente inconsequente. Ele juntou tudo
o que tinha. Ele não deixou nenhuma reserva na casa do pai para que se caso seu
plano desse errado ele pudesse voltar dignamente. Esse filho mais novo viveu de
forma dissoluta, da maneira que lhe parecia melhor.
Não sabemos
para onde ele foi. Só sabemos que ele foi para um lugar distante. Ele se
afastou o máximo que pôde da casa do pai. Perceba que ele partiu para bem longe
de tudo o que podia lhe lembrar alguma autoridade. Para longe do seu
Deus e dos seus pais, o seu único compromisso era o de satisfazer o seu ambicioso
desejo de pecar.
A “terra
distante” pode simbolizar a distância que estamos de Deus, pois ela
existe, em primeiro lugar, em nosso coração. Quanto mais parecermos com o
mundo mais longe de Deus ficamos (1Jo 2.15,16), Mas se desejamos está perto
de Deus, devemos permanecer na casa do Pai, arrepender dos nossos pecados, nos
santificar, nos encher do Espírito Santo, Obedecê-lo e Confiar nEle (Hb 10.25;
2 Cr 7.14; Mt 11.28-30; Gl 5:19-23).
3.
O PROBLEMA DO DESPERDÍCIO - A RUÍNA DO FILHO PRÓDIGO.
Naquela terra
longínqua o filho pródigo, em sua insensatez desperdiçou toda sua herança.
Depois de ter dissipado tudo, sobreveio àquele país
uma grande fome, e ele começou a passar necessidade (Lucas 15:14).
Ele começou a esbanjar a sua herança, Era como se ele estivesse em um
grande Cassino de Las Vegas. Jogos, mulheres, bebidas. Novas amizades, pessoas
famosas, meretrizes! imaginem um jovem do campo em uma cidade grande, logo
as meretrizes perceberiam que ele era do interior, iam se aproximar dele, e se
aproveitar dele até o último vintém, depois sem dinheiro as deixariam como um objeto sem
valor, porque é isso que acontece no mundo, você só vale o que tem... Justamente
parece ter sido isso que aconteceu na vida desse rapaz.
Naquele país tinha muitos amigos, muitas festas, muitas diversões, talvez a vida até promíscua, enquanto ele tinha dinheiro, amigos, ele festejava, ele não tinha tempo para pensar na sua alma, só queria pensar no seu prazer imediato. Lá ele não era verdadeiramente feliz, mas pensava que era. Assim é o homem, quando ele pensa que o pecado, as aventuras, os prazeres desta vida podem preencher o vazio do seu coração. Ele bebe todas as taças dos prazeres, mas quando se dá conta, há um vazio na alma, há uma culpa latejando em sua consciência, não há alegria verdadeira dentro do seu ser.
Naquele país tinha muitos amigos, muitas festas, muitas diversões, talvez a vida até promíscua, enquanto ele tinha dinheiro, amigos, ele festejava, ele não tinha tempo para pensar na sua alma, só queria pensar no seu prazer imediato. Lá ele não era verdadeiramente feliz, mas pensava que era. Assim é o homem, quando ele pensa que o pecado, as aventuras, os prazeres desta vida podem preencher o vazio do seu coração. Ele bebe todas as taças dos prazeres, mas quando se dá conta, há um vazio na alma, há uma culpa latejando em sua consciência, não há alegria verdadeira dentro do seu ser.
Mas a vida na
terra distante não era o que o jovem esperava. Seus recursos acabaram, ele
havia gastado tudo e começou a passar necessidades. O dinheiro acabou e
o aperto chegou. Esse é o quadro da decadência espiritual que
deliberadamente o separou da fonte da vida, da felicidade e da
alegria. Não é de imediato que o pecador descobre seu miserável estado,
porque os “prazeres temporários do pecado” lançam um brilho atraente
sobre o caminho da vida. Mesmo assim apressa-se o desviado à falência
espiritual. Seus valores, e sua fé foram sufocados pelos seus desejos carnais.
Isso nos lembra o conselho do apóstolo Paulo aos Gálatas, sobre a carne e a
colheita de destruição (Gálatas 6:8). Além disso, ele nos aconselha a viver
dirigidos pelo Espírito, não pela carne (Gálatas 5:16). Vemos
no pródigo um claro compromisso com sua natureza pecaminosa.
4.
O PROBLEMA DA FOME.
Depois de ter dissipado tudo, sobreveio àquele país
uma grande fome, e ele começou a passar necessidade (Lucas 15:14).
Sem
recursos começou a passar necessidades, aquelas roupas antes de marcas e caras já
sujas e fétidas, sem abrigo, sem teto para dormir, penso que ele começou a
dormir nas ruas, não havia albergues que oferecessem comida, não havia os
sopões, promovidos por igrejas ou outras organizações sem fins lucrativos,
nada! ninguém lhe dava uma refeição se quer, uma única refeição, de
filho Rico, agora estava vivendo como pessoas carentes, “vivendo
como mendigo”, passando necessidade, precisando de doações de mantimentos e alimentos, e,
penso que às vezes tentando sobreviver, deve ter pensado em procurar comida até nas latas de lixo, e ninguém lhe ajudava (Lucas 15. 16).
A ilusão promovida pelo pecado estava pestes a acabar. Saciado de
prazeres, descobre haver grande fome na terra. Uma grande fome ou
escassez atingiu toda a região em que o pródigo está esbanjando seus bens. A
questão é que de “onde se tira e não se coloca, acaba”. Foi o que
aconteceu (Lucas 15. 14). Entendemos que o mundo está em crise, com grande
fome! fome não de alimento, mas fome por amor e por verdade e
por todas as coisas essenciais das quais dependem a sobrevivência da alma (Jo
14.6). O diabo cegou o entendimento do jovem, como está escrito (2 Coríntios 4:4).
Quando seus bens acabaram, os “amigos”, as mulheres, a
alegria, foram embora também. Ele só se deu conta de sua real situação quando
ficou sem nada. Essa fome é o desejo por algo superior. É o vazio
da alma que só pode ser preenchido com a "presença de Deus". Só é possível
encontrar satisfação real em
Cristo (João 6:35). Não há elementos humanos que possam
saciar a fome e a sede de vida que a humanidade possui.
5. O PROBLEMA DA HUMILHAÇÃO
Então, ele foi e chegou-se a um dos cidadãos daquele
país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. (Lucas 15:15)
A
realidade naquela terra distante era outra, seus recursos esgotaram-se, seus amigos o
deixaram, veio a fome e o rapaz foi obrigado a fazer por um
desconhecido o que havia se recusado a fazer pelo pai: trabalhar! Essa
cena dramática é a maneira de Jesus enfatizar o que o pecado faz na vida
dos que rejeitam a vontade do Pai. O trabalho de guardador de
porcos simboliza o pecador servindo
às concupiscências e prazeres da vida, negligenciando os desejos
mais nobres de sua natureza, enquanto atende a instintos mais baixos e
degradantes.
Para
sobreviver ele foi cuidar de porcos. Devemos nos lembrar de que ele era um judeu, e
como tal não podia ter contato com porcos. Estes animais eram considerados
imundos pela Lei (Levítico 11:7). Os rabinos consideravam as pessoas que
cuidavam de porcos amaldiçoadas. Havia um proverbio no Talmude que
dizia “Maldito o homem que cria porcos, ... “. Com isso percebemos que
ele perdeu seus recursos, sua religião e consequentemente sua identidade.
6. O PROBLEMA DA SOLIDÃO
Ali, ele desejava fartar-se das alfarrobas que os
porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada (Lucas 15:16).
No versículo 16
somos informados que ele sentiu tanta fome que desejou comer
as vagens que eram dadas aos porcos, ... , representava o castigo da fome.
Deixou
a casa do pai, na busca por aventuras, encontrou uma sociedade marcada pela busca
extravagante do prazer e de uma vida sem regras, sem limites, caiu no “mundanismo”, vida de pecado, vida de prazeres, curtição e fantasias sem limites.
Resultado! Entrou num processo acelerado de decadência geral, com o desperdício enlouquecido,
as rédeas soltas para toda e qualquer paixão, de modo desenfreado, levou uma vida de luxuria e prazer, gastou até nada mais restar, até
chegar numa vida de miséria, passar fome, e sentir vontade de
comer a comida dos porcos”. Para piorar ele estava em terra estrangeira e ninguém podia socorrê-lo, não tinha mais amigos, não tinha mais status, não tinha mais herança. O desejo mundano é passageiro, é ilusório, ele leva embora a alegria, ele arruína a vida das pessoas, ele traz a solidão.
Foi
somente quando chegou nesse ponto, que o jovem sentiu a
perversidade do ambiente em que vivia; por quanto antes vivia
suntuosamente em todas as modalidades de prazer mundano. Os seus
sentidos, tinham ficados totalmente amortecidos, e
pensava que tudo corria bem com ele mesmo e com o mundo. Mas agora podia perceber
a verdade, porquanto a pobreza e o vazio do mundo
perverso, agora eram sentidos por ele. Temos aqui um notável quadro do
engano do pecado e da péssima busca pelos prazeres
passageiros do mundo.
Engano
do pecado – buscou liberdade e sucesso,
encontrou escravidão e fracasso! O pecado promete liberdade,
mas traz apenas escravidão (Jo 8.34); promete sucesso, mas traz fracasso,
promete vida, mas “o salário do pecado e a morte” (Rm 6.23). O rapaz pensou
que “se encontraria” mas, na verdade, se perdeu! Quando
Deus é deixado de fora da sua vida, o prazer transforma-se em escravidão.
A necessidade
do filho perdido aumenta. Ao seu redor não há mais nada, apenas uma riqueza de
escassez e comida de porcos (Lucas 15.16). A medida que sua fome aumentava
seus desejos se tornavam menos exigentes. Ele passou a desejar a comida dos
porcos. Alfarrobas – são vagens secas, de gosto um tanto
doce que era utilizada como ração para os animais no Oriente Médio. Apenas as
pessoas mais necessitadas é quem as utilizavam como alimento. A vã
tentativa de encher o estômago com as cascas secas da vagem descreve
a tentativa do pecador em diminuir a fome da alma mediante a satisfação
ilimitada de apetites carnais. Mas quem procura sustentar-se com uma vida
de pecado descobrirá que está se enchendo sem alimentar-se, ou
seja, cria um verdadeiro vazio dentro de si, e a sensação é de uma grande
fome.
Essa
grande fome, é o anelo do
desejo não satisfeito da alma, a ausência de seu verdadeiro alimento, “o
maná que só do céu pode descer” (Jo 6.35). Essa fome é aquilo que não pode
encontrar, quando seus apetites não são satisfeitos, quando termina seu
suprimento usual, é quando se instaura a fome e sede, não de pão ou de
água, mas de ouvir a Palavra do Senhor (Am 8.11). A sua
necessidade não era apenas material. Ele estava extremamente carente de amor e cuidado, de alguém
que se importe realmente com seu bem-estar. O afeto, amor e cuidado que ele
tinha na casa de seu pai estavam, agora, mais distante do que os quilômetros
que os separavam. Diante deste cenário, vamos observar quatro atitudes que ele tomou para liberta-se da difícil situação em que se encontrava.
1.
ELE REFLETIU - PENSOU - CAIU EM SI (Lc 15.17-19). Início da transformação do filho pródigo.
Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de
meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! (Lucas 15:17).
Caiu
em si, Já no versículo 17 nos mostra o
início de seu arrependimento. Lemos que ele “caiu em si”. No
originou seria algo como “recobrou seu senso” ou “quando voltou a si
mesmo”, “reconhecimento” “arrependimento” é aperceber da nossa
verdadeira situação e quando isso ocorre por vezes, mudamos a rota na qual
estávamos caminhando, é a oportunidade de nos levantar e mudar a história. E
esta é uma das funções da consciência, que Deus colocou em nossa alma: a
consciência analisa a situação em que nos encontramos, compara
com o ideal que deveria ser e nos estimula, no
sentido de abandonar o erro, restaurando a
nossa vida.
O filho pródigo “caiu em si”. A escassez, a fome e a
ausência de amor trouxeram a sanidade do jovem de volta (Lucas 15.17).
Isso nos faz entender que o pecado tira o entendimento. Agora ele já não é
mais aquele inconsequente. As experiências adquiridas pelo sofrimento lhe
levaram a fazer uma comparação com a casa de seu pai e perceber que ele não
precisava viver daquela forma. Nesse momento vemos que ele sentiu
saudade de casa. Ele descobriu que os empregados de seu pai
eram mais dignos do que ele, de modo que tais empregados diaristas tinham o
que comer, e ele morria de fome. Um proverbio do Talmude
que diz: “Quando um filho (que saiu de casa) tem de andar
descaço (por causa da pobreza) então relembra quão bem vinha sendo tratado na
casa de seu pai”.
2. ELE LEVANTOU-SE
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe
direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado
teu filho; trata-me como um dos teus empregados (Lucas 15:18,19).
Perceba que nos
versículos 18 e 19 ele reconheceu o seu erro. Naquele momento ele soube
que seu abandono foi precipitado, que sua decisão foi insensata, que levou a
sarjeta e que precisava tomar uma decisão, levantar-se (Js 2.10; 1Sm 2.8; Sl
113.7; At 2.39; EF 2.13,17: 5.14; At 26.16).
3. ELE DECIDIU RETORNAR
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe
direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado
teu filho; trata-me como um dos teus empregados (Lucas 15:18,19).
Arrepender-se significa “mudar de direção” ou “mudar
o pensamento” ou “mudar de ideia”, ou seja, “repensar” ou
“pensar melhor”, e foi exatamente o que o rapaz fez enquanto cuidava dos
porcos (que trabalho para um rapaz judeu!). Ele “caiu em si”,
o que indica que, até então, estava “fora de si”. O pecado traz
consigo uma “insanidade” que parece paralisar a imagem de Deus
dentro do indivíduo e liberar o instinto “animal”. O rapaz mudou de
ideia sobre si mesmo e sobre a sua situação e admitiu que era
um pecador, reconheceu que o Pai era um homem generoso e que servir
na casa dele era melhor do que ser “livre” naquela
terra distante. É a bondade de Deus, não apenas a maldade do homem,
que nos conduz ao arrependimento (Rm 2.4). Arrependimento é uma mudança de
atitude.
Se o rapaz
tivesse pensado apenas em si mesmo, na fome, na saudade e na solidão -
teria entrado em depressão! Mas suas circunstancias difíceis o
ajudaram a ver o pai sob uma outra ótica, e isso lhe deu esperança. Se o
pai era tão bom com os servos, talvez se mostrasse disposto a perdoar o
filho.
4. ELE SE ARREPENDEU E CONFESSOU
Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou
digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados (Lucas
15:18,19).
O filho mais
novo entendeu que o que fez não foi apenas um erro, foi um pecado. Ele
havia pecado contra Deus e contra o pai. Ele compreendeu quão ingrato ele havia
sido, e sabia que não poderia mais ser chamado de filho, então queria ser um
empregado temporário. A próxima atitude dele é voltar para a casa de seu pai.
Ele não apenas desejou. Ele fez. Muitas pessoas hoje em dia vão a Igreja, ouvem a Palavra de Deus, mas demoram muito até tomar uma
decisão.
Se o rapaz
tivesse parado nesse ponto, só teria sentido pesar e remorso (2Co
7.10), mas o verdadeiro arrependimento implica não
apenas a mente e as emoções, mas também a volição “o
indivíduo decide praticar uma ação”, ou seja, ele agiu: “Levantar-me-ei
[...], irei [...], Lhe direi [...]”. Nossas decisões podem ser
nobres, mas a menos que as coloquemos em prática, jamais trarão
qualquer benefício permanente. Se o arrependimento é, verdadeiro, obra
de Deus (At 11.18), o pecador obedecerá a Deus, crerá em Jesus Cristo e será
salvo. (At. 20.21).
1. Faraó (Ex
9.27; 10.16).
2. Balaão (Nm
22.34).
3. Acã (Js
2.20).
4. Saul (1 Sm 26.21).
5. Davi (2 Sm 12.13; 24.10).
6. Jó (Jó 7.20).
7. Judas (Mt
27.4).
8. Filho
Pródigo (Lc 15.18)
Ao “cair em
si”, ou seja, perceber que precisava voltar, se humilhar e pedir perdão, o pródigo não procrastinou. Não
houve adiamento. Ele não apenas desejou voltar a casa do pai. Ele voltou. Nesse
exato momento aquele filho mais novo já não era mais o mesmo rapaz
inconsequente que saiu da casa do pai. Ele havia sido transformado. Aconteceu
a “metanoia” mudança essencial de pensamento ou de caráter,
estava havendo uma transformação espiritual, que chamamos de conversão, Glória
a Deus!
Arrependimento é a decisão de mudança total
de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina, é levada a reconhecer o
seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-lo, baseando
sua confiança em Deus, que perdoa (Mt 3.2-8; 2Co 7.9-10; 2Pe 3.9), O complemento
do arrependimento é a Fé e os dois juntos constituem a conversão.
ALEGRIA
- UM PAI AMOROSO PARA UM FILHO PRÓDIGO
E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda
longe, quando seu pai o avistou, e, moveu de íntima compaixão, correndo, o abraçou,
e beijou (Lucas 15:20).
Foi exatamente isso que aconteceu com o pródigo.
Estava manchado, desfigurado pelo pecado. Mas o Espírito Santo produziu
arrependimento em seu coração e ele voltou.
O pai avistou o filho ainda longe que
estava retornando e o reconheceu. O pai nunca havia perdido o interesse no
filho. No grego Original enfatiza a palavra longe, indicando
que o pai não ficou em casa esperando que o filho voltasse. Em vez disso, o pai
esperava a volta de seu filho e, todos os dias ele ia a uma certa distância
considerável de sua casa até um local com uma boa vista, para que pudesse
avistar o retorno do filho em primeira mão. Assim, esse pai, ansiosamente,
esperou o retorno do seu filho. Movido de profunda compaixão, o Pai foi ao seu
encontro e o abraçou e beijou. Dando a ele aceitação, carinho e amor. Algo que
há muito ele não tinha. Ao ver seu filho naquele estado, o Pai se colocou no
lugar dele, quis aliviar a sua dor. Esse é o sentido da compaixão. Jesus Cristo
com frequência manifesta esse sentimento (Mateus 20:34; Marcos 1:41;
Marcos 6:34; Mateus 15:32). Ou seja, a compaixão é um sentimento presente que
constantemente se manifesta no nosso Deus, na verdade essa compaixão é a causa
de nós não sermos consumidos (Lamentações 3.22).
Nessa passagem Jesus responde às acusações dos
escribas e fariseus (Lc 15.2), pois o pai não apenas
correu para receber o filho, mas também honrou sua volta, preparando um grande
banquete e convidando o povo de sua vila para participar. O pai nem deixou
que o filho mais novo terminasse sua confissão: interrompeu-o, perdoou-o e
mandou que começasse a comemoração!
O filho, quando
partiu, achava que nunca mais voltaria ali, mas o pai tinha certeza de que um
dia ele estaria de volta. Isso fica muito claro na reação do pai. É claro que
esse pai humano ilustra a atitude do Pai Celeste para com os
pecadores que se arrependem: ele é rico em misericórdia e graça e
grande em amor por eles (Ef 2. 1-10). Tudo isso é possível por causa
do sacrifício de seu filho na cruz. Somos salvos pela GRAÇA de Deus, essa graça
é o amor que paga um preço, é a promessa para vós de perto e a todos que estão
longe. (At 2.39; Ef 2.13,17).
O
texto bíblico diz que o pai correu. Naquela
época um ancião não podia correr, isso era indigno, inapropriado,
vergonhoso, mas o pai não se importou com a humilhação, o que
importava era o filho a quem ele estava buscando no caminho. O pai o abraçou,
não olhando para as condições em que seu filho estava se aproximando. O filho
estava rasgado, descalço, era a personificação da miséria, mas
o pai só olhou o arrependimento, e o acolheu em seus braços. O
pai também o beijou repetidas vezes. Perceba que ele se compadeceu,
correu, abraçou e beijou, antes de dizer uma única palavra. Que amor
maravilhoso. Que graça incompreensível.
O
texto bíblico diz que o pai se compadeceu profundamente. Ele correu para o filho. No
Oriente, não era apropriado a um homem de idade correr, mas o pai correu ao
encontro do filho. Um dos motivos óbvios para
isso era seu amor por ele e o desejo de demostrar esse amor. Mas
há outra questão envolvida. O filho havia envergonhado a
família e a vila, e, de acordo com Deuteronômio 21.18-21 deveria ser
morto por apedrejamento. Se os vizinhos tivessem começado a
apedrejá-lo, teriam acertado o pai que o abraçava! Que imagem maravilhosa
do que Jesus fez por nós na cruz!
Quando o pai
viu o filho, ele se moveu de íntima compaixão (Lc 15.20). O amor do pai não
começou no retorno do seu filho. O Pai nunca deixou de amá-lo, ele sempre amou
o filho [...] Nessa parábola Cristo estava enfatizando que Deus ama
os pecadores e espera ansiosamente por seu retorno.
A
CONFISSÃO DO FILHO
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante
de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho (Lucas 15:21).
A mensagem do pai é a de regeneração. Restituição. Não
há punição, ou diminuição. Tudo isso já havia sido aplicado a ele pelo peso do
pecado. O pai não permitiu que o filho terminasse o discurso. As próximas
palavras dele seria: “trata-me como um dos teus empregados”. O pai não
poderia rebaixar seu filho, porque este havia sido trazido pelo arrependimento
(Romanos 8:14). Ele havia sido guiado até ali pelo Espírito de Deus. Aqueles
que estão em Cristo através da conversão, do arrependimento, não podem ser tratados
como “escravos”, são reconhecidos e tratados como filhos (Romanos
8:17; Gálatas 4:7). O pródigo voltou a ser, não apenas filho. Mas também
herdeiro.
No versículo 21
vemos que o filho começa a fazer o discurso que havia ensaiado. Ele reconheceu
o seu pecado, reconheceu a sua miséria, reconheceu que não tinha mérito algum e
reconheceu que não era digno de ser chamado de filho. Porém, algo que
realmente merece nossa atenção é o fato de que ele não
conseguiu dizer “faz de mim um de seus empregados”. O
pai nunca deixou que ele dissesse essas palavras.
Após o pai já
ter demonstrado afeição pelo retorno do filho, dando aquele abraço caloroso,
beijando-o. O pai continua a recepciona-lo, abençoando com três elementos que
simbolizavam sua completa restauração para os privilégios de filiação.
O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a
melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei
também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos (Lucas 15:22,23).
Nos versículos
22 e 23 temos o relato de como o pai o recebe de volta ao lar. O pai queria dar
ao filho a importância que ele não merecia, mas seu amor de pai era imenso e
inexplicável. O pai deu ordem
aos servos dizendo: Trazei depressa:
ROUPA, a melhor. (sem dúvida, do pai) A roupa simbolizava honra, era prova que o filho estava sendo aceito de volta na família e voltaria ser herdeiro do pai. (Gn 41.42; Is 61.10; 2 Co 5.21). A roupa, naquela época, significava muito mais que apenas uma peça do vestuário. As pessoas pobres não podiam se dar ao luxo de vestir boas roupas. Eles vestiam-se com roupas velhas, desgastadas, até algumas feitas de peles de animais, às vezes, como verdadeiros trapos. No entanto, apenas os ricos, os abastados, se vestiam com roupas de tecidos leves e finos. A roupa, portanto, indicava a classe social que a pessoa pertencia. Os escravos, os empregados, os trabalhadores braçais, tinham vestimentas que os identificavam de longe. O pai, nesta parábola, ao dar ao filho a melhor roupa, demonstra para todos que ele não voltaria na condição de empregado, mas de filho, voltou a posição privilegiada que ele tinha perdido, colocando-o no topo da hierarquia familiar e social. Que coisa linda! É exatamente isto que Deus faz com àqueles que se voltam para Ele, o Senhor nos veste com vestes de justiça e de santidade! Ele deseja que sejamos identificados e reconhecidos como Seus filhos, como Seu povo! (Ef 4.24 ; Ap 3.5 ).
ANEL na mão, um símbolo de autoridade – o pai estava dando ao filho o privilégio de exercer toda autoridade que pertencia ao pai ao fazer negócios no nome do pai. Tanto os reis, como os grandes comerciantes, assinavam seus documentos carimbando-os com seu anel. Qualquer documento, edito real ou contrato comercial que fosse marcado com o anel de uma autoridade tinha fé pública. Dar ao filho o anel era a maior declaração de perdão por parte do pai. O pai estava constituindo aquele filho como o gerente de sua fazenda e de seus negócios. Estava dando a ele autoridade para administrar seus bens. A despeito de o filho ter lhe causado prejuízo, ao gastar um terço de seus bens, desperdiçando-os pelo mundo a fora, o pai declarava, com aquele gesto, seu perdão e sua confiança. Esta é a verdade mais intrigante do Evangelho: O perdão incondicional de Deus. “Lançarei seus pecados nas profundezas do mar e de suas iniquidades não me lembrarei mais” (Mq 7.19 ; Hb 8.12). O pai não apenas recebia em casa o seu filho perdido, mas dava a ele autoridade e poder. O filho não se submeteria a mais ninguém, senão a seu próprio pai. Foi exatamente isto que o Senhor disse a nós (Lc 10.19).
SANDÁLIAS nos pés, símbolo de que ele não era um escravo (os escravos andavam descalços). Aquele filho era um homem livre, pois o amor de seu pai o libertou. As sandálias representavam liberdade e luxo. Só os livres podiam usá-las. Os escravos andavam descalços. O pai não confinaria seu filho ao interior de sua propriedade, estava dando ao filho o direito de entrar e sair quando quisesse. O filho não pode e nem deve viver descalço (Ef 6.15). Não deve andar com o espírito abatido como se escravo fosse. Somos livres, somos filhos, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo… (Rm 8.17). E o Senhor, representado pelo pai, nesta parábola, também fez questão de dar ao seu filho calçados, tanto para proteção de seus pés quanto para que ele tivesse uma vida confortável e digna. Quanto ao cuidado que nosso Deus tem com os pés do Seu povo (ver 1Sm 2.9 ; 2Sm 22.34 ; Ne 9.21 e Sl 121.3).
ROUPA, a melhor. (sem dúvida, do pai) A roupa simbolizava honra, era prova que o filho estava sendo aceito de volta na família e voltaria ser herdeiro do pai. (Gn 41.42; Is 61.10; 2 Co 5.21). A roupa, naquela época, significava muito mais que apenas uma peça do vestuário. As pessoas pobres não podiam se dar ao luxo de vestir boas roupas. Eles vestiam-se com roupas velhas, desgastadas, até algumas feitas de peles de animais, às vezes, como verdadeiros trapos. No entanto, apenas os ricos, os abastados, se vestiam com roupas de tecidos leves e finos. A roupa, portanto, indicava a classe social que a pessoa pertencia. Os escravos, os empregados, os trabalhadores braçais, tinham vestimentas que os identificavam de longe. O pai, nesta parábola, ao dar ao filho a melhor roupa, demonstra para todos que ele não voltaria na condição de empregado, mas de filho, voltou a posição privilegiada que ele tinha perdido, colocando-o no topo da hierarquia familiar e social. Que coisa linda! É exatamente isto que Deus faz com àqueles que se voltam para Ele, o Senhor nos veste com vestes de justiça e de santidade! Ele deseja que sejamos identificados e reconhecidos como Seus filhos, como Seu povo! (Ef 4.24 ; Ap 3.5 ).
ANEL na mão, um símbolo de autoridade – o pai estava dando ao filho o privilégio de exercer toda autoridade que pertencia ao pai ao fazer negócios no nome do pai. Tanto os reis, como os grandes comerciantes, assinavam seus documentos carimbando-os com seu anel. Qualquer documento, edito real ou contrato comercial que fosse marcado com o anel de uma autoridade tinha fé pública. Dar ao filho o anel era a maior declaração de perdão por parte do pai. O pai estava constituindo aquele filho como o gerente de sua fazenda e de seus negócios. Estava dando a ele autoridade para administrar seus bens. A despeito de o filho ter lhe causado prejuízo, ao gastar um terço de seus bens, desperdiçando-os pelo mundo a fora, o pai declarava, com aquele gesto, seu perdão e sua confiança. Esta é a verdade mais intrigante do Evangelho: O perdão incondicional de Deus. “Lançarei seus pecados nas profundezas do mar e de suas iniquidades não me lembrarei mais” (Mq 7.19 ; Hb 8.12). O pai não apenas recebia em casa o seu filho perdido, mas dava a ele autoridade e poder. O filho não se submeteria a mais ninguém, senão a seu próprio pai. Foi exatamente isto que o Senhor disse a nós (Lc 10.19).
SANDÁLIAS nos pés, símbolo de que ele não era um escravo (os escravos andavam descalços). Aquele filho era um homem livre, pois o amor de seu pai o libertou. As sandálias representavam liberdade e luxo. Só os livres podiam usá-las. Os escravos andavam descalços. O pai não confinaria seu filho ao interior de sua propriedade, estava dando ao filho o direito de entrar e sair quando quisesse. O filho não pode e nem deve viver descalço (Ef 6.15). Não deve andar com o espírito abatido como se escravo fosse. Somos livres, somos filhos, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo… (Rm 8.17). E o Senhor, representado pelo pai, nesta parábola, também fez questão de dar ao seu filho calçados, tanto para proteção de seus pés quanto para que ele tivesse uma vida confortável e digna. Quanto ao cuidado que nosso Deus tem com os pés do Seu povo (ver 1Sm 2.9 ; 2Sm 22.34 ; Ne 9.21 e Sl 121.3).
O banquete foi
a maneira que o pai escolheu para demonstrar sua alegria e para compartilhá-la
com os outros. Se o rapaz tivesse sido tratado de acordo com a
Lei, teria havido um funeral, não um banquete. Que bela ilustração
do Salmo 103.10-14.
O
pai expressou sua alegria manda preparar o bezerro cevado. Esse animal era um novilho
guardado para ser usado somente na ocasião mais especial. Para o pai, haveria
alguma ocasião mais especial do que essa? E digo mais, o fato de o
bezerro já está cevado indicava que o pai esperava o retorno de seu filho. Esses
versículos nos revelam algo muito profundo. Aqui entendemos que o controle
sempre esteve nas mãos do pai. Perceba que enquanto o filho estava vivendo
dissolutamente o pai estava fazendo provisão para o filho que retornaria. Enquanto
o filho estava esbanjando, o pai estava cevando o novilho, deixando a roupa, o
anel e a sandália preparados para o momento do retorno. Com isto,
entendemos que a parábola, como um todo, aponta para a soberania de Deus. Que
Deus ama os pecadores, Que procura pelos pecadores, Que restaura os pecadores e
que concede os privilégios e as bênção de um filho todo àqueles que retornam
para ele.
Por
um lado, essas parábolas refutavam, de forma
concisa que, o erro dos fariseus, que insistiam que Deus odiava pecadores e
alegrava-se com sua morte. Por outro lado, essas
parábolas revelam o amor de Deus pelos pecadores e as Bênçãos que Ele concede
àqueles que se voltam para Ele.
O filho
descobriu no próprio lar tudo o que havia esperado encontrar na terra
distante: roupas, jóias, amigos, uma comemoração alegre, amor e
segurança para o futuro. Na terra distante, o filho prodigo aprendeu
o significado da miséria; mas, de volta ao lar, descobriu
o significado da misericórdia.
Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava
perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se (Lucas 15:24).
O versículo 24
possui um significado muito importante. Note os contrastes: morto-vivo;
perdido-achado.
É interessante
observar a descrição que o pai faz da experiência do filho: estava
morto, mas agora está vivo; estava perdido, mas agora foi encontrado. Essa
é a experiência espiritual de todo pecador que vai até o Pai pela fé em Jesus
Cristo (Jo 5.24: Ef 2.1-10).
A
explicação dessas palavras é a seguinte: no sentido prático, o filho estava morto pois
havia recebido toda sua parte da herança. Ele não fazia mais parte da família.
Ele também estava perdido, pois havia sido destruído em suas loucuras, e
desperdiçado tudo o que lhe poderia sustentar durante a vida. Porém há
algo mais profundo. A palavra “morto” reflete o grau mais
avançado de miséria e de decomposição. Morto não toma ação, não decide, não
tem razão sobre si. Aquele filho estava morto e perdido, ou seja, ele
estava no mais profundo estado de desgraça. Porém há uma boa notícia,
uma notícia que explica a reação do pai. O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios, ensina que “Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e
pecados” (Efésios 2:1), No mesmo Evangelho de Lucas, o próprio
Jesus declara: “Porque o Filho do homem veio
buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10).
Veja a
comparação da volta do filho pródigo para o pai e nossa volta para Deus por
meio de Jesus Cristo (Jo 14.6).
O Filho
pródigo Jesus
Cristo
Estava
Perdido (15.24) - “Eu sou o caminho”.
Era
ignorante (15.17) - “Eu sou a
verdade”
Estava morto
(15.24) - “Eu sou a
vida”.
Só há uma forma
de chegarmos ao Pai: pela fé em Jesus Cristo. Você já voltou para casa?
Perceba que esta parábola é uma espécie de resumo. O
pródigo partiu para uma terra distante e se perdeu, lembrando a ovelha perdida. Em seguida, ele gasta toda a sua herança e fica
paupérrimo, lembrando a dracma perdida.
O
FILHO MAIS VELHO – PERDIDO
DENTRO DE CASA.
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando
voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos
criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu
pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou
e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo (Lucas
15:25-28).
Entre os
versículo 25 e 28 somos apresentados ao outro filho, o filho
mais velho. Esse era o filho pródigo primogênito. Ele nunca se
afastou do pai, mas também nunca esteve próximo; ele sempre teve todo o amor
que precisava, mas sempre desperdiçou o amor e a presença do pai. Se o filho
mais novo se perdeu saindo de casa, o filho mais velho se perdeu dentro de
casa. Que coisa terrível, perdido dentro de casa.
Então,
mais uma vez o pai é quem saiu de casa para ir de encontro a um filho. Dessa vez ele foi encontrar o filho mais velho.
Nas palavras do filho mais velho, vemos que ele encarava o relacionamento com o
pai na base da recompensa.
Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te
sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer
para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que
desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho
cevado (Lucas 15:29,30).
Ele recebeu e
tinha direito a dois terços de toda a herança, mas estava preocupado com um
simples novilho. Ele era filho, mas se enxergava como um empregado. No original
ele diz algo como: “estive trabalhando como
escravo para ti”. Ele também tentava se auto justificar
dizendo: “nunca desobedeci tuas ordens”. Ele não entendia
que de um filho se espera mais do que simples obediência; ele não havia
entendido que diante de um pai tão bondoso nada do que tinha feito poderia
impressionar. Ele só estava preocupado com as posses do pai, que,
consequentemente, eram suas. Ele não amava o pai, apenas queria sua fortuna.
Ele não se preocupou com a dor do pai quando ficou sem seu caçula, nem mesmo
com o irmão que se foi, pois como mais velho ele poderia ter ido buscá-lo. Esse
filho estava mesmo preocupado era com a sua herança. Perceba que ele
diz “esse teu filho”, ao invés de dizer “esse
meu irmão”. Ele era um estranho dentro de casa.
Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás
comigo; tudo o que é meu é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos
e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava
perdido e foi achado (Lucas 15:31,32).
A resposta do
pai nos versículos 31 e 32 estabelece um tremendo contraste. O pai se dirige a
ele dizendo “meu filho”. No original grego
a expressão utilizada aqui significa algo como “meu menino”, transmitindo
um sentido mais afetuoso. O pai também usa a expressão “esse seu irmão”, ou seja, o pai o coloca como membro
da família, além de demonstrar que havia considerado como justo o filho mais
novo.
Lições
da Parábola do Filho Pródigo
Não apenas a
Parábola do Filho Pródigo, mas todo o capítulo 15 de Lucas, certamente aponta
para o extraordinário amor de Deus.
Perceba a
alegria do pastor que encontra a ovelha perdida (Lucas 15:6,7); do
contentamento da mulher que encontra a dracma perdida (Lucas 15:9,10). Da mesma
forma o pai, nessa Parábola do Filho Pródigo, se alegra com o retorno do filho
perdido (Lucas 15:23,24, 32).
Claramente
também podemos perceber uma intensificação na narrativa de Jesus. Primeiro ele
fala da ovelha, depois da dracma e, finalmente, do filho.
Podemos
aprender muitas coisas com esse ensino do Senhor. Em primeiro lugar, a
Parábola do Filho Pródigo nos ensina que o Pai busca, traz de volta e se
alegra na conversão do pecador que se arrepende. Diante disto,
é impossível não perguntarmos: Quem somos nós? Quão perdidos estávamos?
Será que merecíamos esse cuidado tão pessoal do próprio Deus? Tudo o que
podemos dizer é que Ele nos ama. Ele faz uma festa por nossa causa, mas
entenda que isso não é sobre nós, é inteiramente sobre Ele. Nunca poderíamos ir
para casa do Pai sem um caminho que nos levasse até lá. Jesus é esse
caminho (João 14:6).
Em
segundo lugar, a Parábola do Filho Pródigo
nos convida a refletir sobre qual tem sido a nossa posição para
com os perdidos. Aqui temos uma importante lição. Diante dos
perdidos podemos assumir algumas atitudes diferentes: podemos odiá-los; tratá-los
com indiferença; recebê-los quando vierem até nós; ou buscá-los. Como
seguidores de Cristo, cidadãos do reino de Deus, qual tem sido a nossa atitude?
Estamos mais parecidos com Jesus ou com os fariseus e doutores da Lei?
Em
terceiro lugar, agora falando do nosso relacionamento
com o Pai, a Parábola do Filho Pródigo nos leva a fazer as
seguintes perguntas: Como estamos nos comportando? Será que somos como
o filho mais novo ou como o filho mais velho?
Você
percebe que ambos os filhos eram ruins? A
ruína do filho mais novo foi sua precipitação, inconsequência, insensibilidade
e desobediência. Já a ruína do filho mais velho foi sua negligência e sua obediência
superficial. O filho mais novo se afastou do pai e
perdeu-se fora de casa, enquanto o filho mais velho se perdeu
dentro de casa e afastou do pai, também.
E
por fim, a Parábola do Filho Pródigo
nos traz um grande alerta. É impossível não falarmos sobre o que
ocorrem com os dois filhos. A parábola termina com o filho
mais novo dentro de casa, participando da festa que o pai
promoveu. Por outro lado, a parábola também termina com o filho mais
velho fora de casa. Porém sabemos que esse filho era uma
figura dos escribas e fariseus, os mesmos que acabaram crucificando Jesus (Atos
7:52).
Justamente esse
era o retrato da mensagem de Lucas 15, Jesus estava se alegrando e comendo com
publicanos e pecadores (dentro de casa – figura do Filho mais novo) enquanto murmuravam
na porta da casa (do lado de fora) os Escribas e Fariseus (figura do Filho mais
velho). Esses religiosos tentavam se auto justificar. Eles se achavam bons
de mais, tão bons a ponto de praticamente entenderem que alguém como eles nunca
poderia ser privado do paraíso. Como os fariseus hoje, tem muitas pessoas
que se comportam como o filho mais velho. Elas não faltam aos cultos, são
obedientes, oram, jejuam e fazem tudo o que podem. Porém na sua maioria é tudo
superficial, buscam seus próprios interesses. Essas pessoas acham que suas boas
obras serão capazes de salvá-las. Mas elas são estranhas dentro de casa. Haverá
um dia em que fatalmente ouvirão: “Nunca vos conheci; apartai-vos
de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7:23).
Os filhos mais
velhos não entendem nada sobre a graça de Deus. Eles não compreendem que tudo é
pelo mérito de Cristo, e que não há nada em nós mesmos que possa nos credenciar
à salvação.
Se Deus se
alegra na presença de seus anjos por um pecador arrependido, se hoje temos
morada na casa do Pai, e se não estamos mais mortos e perdidos em nossos pecados
e delitos, isso tudo é pela obra redentora de Cristo na cruz. (Mt
10.6,7; Lc 19.10; Rm 5.6-11; IICo 5.18).
A obra
redentora de cristo efetuada na cruz do calvário nos proporcionou algo que
ninguém jamais poderia nos dar. Através da sua morte na cruz temos a
propiciação pelos nossos pecados, a redenção da nossa alma, a justificação das
nossas culpas, e o melhor você tem acesso e direito de falar com Deus,
aproveite a oportunidade e aproxime-se logo desse Deus que te ama. Venha para
Jesus agora! (Rm 10.9,10).
Amigo leitor da
palavra de Deus você necessita de ter um encontro com Jesus ele é o redentor
que vive. (Jo 1.29,36).
CONCLUSÃO:
O filho pródigo foi feliz porque decidiu retornar a casa do pai e confessar o seu pecado como sinal de arrependimento. Viver distante de Deus não é bom, quem assim vive vai de mal a pior. É tempo de voltar-se para Deus e reatar com Ele a aliança que foi quebrada. Deus é bom e misericordioso, Ele está de braços abertos a lhe esperar, volte para Deus, retorne a Casa do Pai. Ele está pronto para lhe receber, tome esta atitude, faça isto agora e você será feliz. Amém!
O filho pródigo foi feliz porque decidiu retornar a casa do pai e confessar o seu pecado como sinal de arrependimento. Viver distante de Deus não é bom, quem assim vive vai de mal a pior. É tempo de voltar-se para Deus e reatar com Ele a aliança que foi quebrada. Deus é bom e misericordioso, Ele está de braços abertos a lhe esperar, volte para Deus, retorne a Casa do Pai. Ele está pronto para lhe receber, tome esta atitude, faça isto agora e você será feliz. Amém!
A graça do
Senhor Jesus Cristo sejam com todos vós.
Glória Deus!
ResponderExcluirMaravilha é a palavra de Deus.
Maravilha de Deus . Tudo lindo e perfeito . OBRIGADO. 🙌🙌🙌
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